O enigma do sonho
Sonhei que caminhava já cansado
por uma estrada deserta. Já anoitecia, quando me deparei com um rio de águas
muito claras, onde um homem sozinho pescava com a rede. Ao perceber minha
presença disse: “Demorou para chegar! Seu caminho foi longo, não é? O
importante é que você chegou. Tire suas roupas e tome um banho. Tenho novas
para você. Seja meu convidado esta noite!”
Atendi a sua sugestão sem dizer
uma palavra, enquanto percebia o pescador pegar um grande peixe, dizendo: “Este
será nosso jantar”. Terminei o banho e o acompanhei até uma grande tenda que,
por dentro era luxuosa e bem iluminada. Belas mulheres trouxeram-me uma toalha
para me enxugar e vestiram-me com um longo camisão. Depois elas me acomodaram
sobre belas almofadas e trouxeram um chá muito saboroso para matar minha sede.
Depois disso, o pescador reapareceu. Ele se parecia com o que eu imagino ser
Jesus. Acomodou-se ao meu lado. Foi-nos servido peixe, pão e um vinho tão doce,
saboroso e fresco como nunca havia experimentado.
Quando terminamos o banquete
estava sonolento e embriagado. Foi quando, ao sinal das palmas do pescador, teve
início uma música que anunciava o início de uma apresentação artística.
Primeiro uma das lindas mulheres surgiu dançando com uma lança nas mãos. Meu
anfitrião disse-me se tratar da lança que havia estocado o coração de Cristo.
Em seguida, surgiram três jovens cujo a primeira trazia nas mãos um cálice,
enquanto as outras duas outras jogavam pétalas de rosas sobre o belo objeto. O
pescador sussurrou no meu ouvido que se tratava do cálice sagrado, onde o
sangue de Jesus fora recolhido. Por último, entraram quatro jovens carregando
um baú dourado, enquanto outras três o rodeavam bailando e tocando pandeiros
com fitas. Era a Arca da Aliança.
Eles colocaram o objeto no solo,
abriram-no e me chamaram para ver seu conteúdo. Quando a tampa foi retirada, do
seu interior emanava uma forte luz e um poder semelhante ao de uma tempestade.
Pude ver que, lá dentro, havia três coisas que interagiam entre si, tornando-se
um único objeto vivo.
Foi quando a tampa foi
recolocada. Ouvi apenas a voz do pescador dizendo: “Essa é a máquina que criou
tudo no universo. Essa é a essência de tudo. Não se preocupe mais com esse tipo
de coisa. Preocupe-se apenas em entender as pessoas, pois, nelas sim, há muito
mistério”. Foi quando acordei, sem ter chance de fazer uma única pergunta. E
permaneço com esse enigma até hoje.
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